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Sabe quanto vale a fatura digital? “Muitos milhões”, diz Centeno. E a Sonae confirma

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Transcrito na íntegra, da notícia original, “Sabe quanto vale a fatura digital? “Muitos milhões”, diz Centeno. E a Sonae confirma”, publicada pelo Expresso (expresso.pt), a 29 de maio de 2019.
Sabe quanto vale a fatura digital? “Muitos milhões”, diz Centeno. E a Sonae confirma
O ministro das Finanças esteve esta quarta-feira na Sonae MC para conhecer o impacto das faturas sem papel no país real e avaliar a eficácia das medidas tomadas para digitalizar a economia. Volta para Lisboa com muitos números sobre o pesado mundo dos arquivos em papel e algumas sugestões. Deixou a garantia de que o combate à evasão fiscal não vai aligeirar no universo digital.
Em Portugal, há cinco mil milhões de faturas em papel emitidas por ano. “São 15 milhões por dia”, sublinha o Ministro das Finanças, Mário Centeno, no final de um encontro com a APED – Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição e a Sonae para “verificar no terreno” o impacto das “faturas sem papel” e do “arquivo eletrónico”. “Na administração pública as medidas também têm vida e a vida faz-se junto das pessoas”, justificou.
Não apresentou números concretos sobre a poupança gerada pelas faturas digitais, mas garantiu que “são muitos milhões de euros por ano, desde os custos administrativos, aos consumíveis, arquivo, e preservação que podem ser usados noutras áreas”.
Só no universo das empresas de distribuição associadas na APED, há 4 mil milhões de faturas por ano ou 10 milhões por dia e, no caso concreto da Sonae MC, os custos imputados ao arquivo central representam anualmente 300 mil euros.
São 90 mil contentores (caixas), guardados numa área de 1.400 metros quadrados e uma volumetria de 12 mil metros cúbicos. “Estamos a falar de algo como 14 mil metros de altura ou seis pisos” ou de “40 quilómetros lineares de caixas, o que permitiria chegar de Matosinhos à Póvoa de Varzim, traduz Nuno Guerreiro, diretor dos serviços administrativos da Sonae MC, estimando que a desmaterialização total deste arquivo potenciaria a eliminação de mais de 150 milhões de faturas emitidas e uma poupança anual de 2,25 toneladas de papel, o que equivale a 150 contentores.
Números sobre a matéria não faltam por aqui. “Em termos de processos de compra, tratamos mais de 4 milhões de documentos por ano, ou 15 mil por dia”, acrescenta este diretor. Só a nível empresarial (B2B), o consumo anual da Sonae MC ronda os 130 mil documentos, 1,9 toneladas de papel, 195 mil litros de água, 1,18 toneladas de CO2 e 53 árvores.
Quanto a resultados concretos, a fatura eletrónica do Continente, lançada em novembro último, já contabiliza 100 mil adesões, chegando ao cliente em menos de um minuto em 95% dos casos, o que permite conferir as compras em tempo real. A Sonae MC também já emite 30 mil faturas por ano em formato eletrónico a um conjunto de clientes empresariais. E aproveitando a experiência nesta área admite exportar o serviço para marcas fora do universo Sonae.
Mário Centeno e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, que acompanhou o ministro neste encontro, ouviram todos estes números que ajudam a perceber o impacto real e potencial do processo de simplificação e digitalização associado às medidas “Fatura sem Papel” e “Arquivo Eletrónico” em termos de custos económicos e ambientais, simplificação de processos e desburocratização.
Confirmaram que a medida vem facilitar a vida às empresas, permitindo-lhes até transferir recursos humanos afetos a atividades rotineiras e de manutenção, para a análise de dados, com mais valor acrescentado, como destacou a direção da Sonae.
O ministro aproveitou, ainda, para sublinhar que “a fiscalização continua a ser garantida”. “É muito importante que esta medida não seja vista, de maneira nenhuma, como um aligeirar do combate à evasão fiscal, que é absolutamente crucial”, disse. E ouviu algumas sugestões, como a criação de um número de contribuinte diferenciado para os empresários em nome individual, de forma a permitir diferencia-los dos clientes individuais, ou a possibilidade de serem apresentadas faturas eletrónicas quando as viaturas são paradas na estrada.

Notícia original publicada no Expresso Online,  a 29/05/2019.

 

 

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