A faturação eletrónica e o financiamento de faturas são o assunto central de uma série de webinars, realizados pela multinacional tecnológica portuguesa Saphety, em parceria com a IDC, as Saphety Talks.
O objetivo é analisar o impacto da transformação digital nas empresas e na economia, relativamente à atividade de setores como a Administração Pública, Healthcare, Indústria e Serviços, Retalho, Banca, Setor Público e Utilities.
Neste webinar, cujo tema foi o setor das utilities, em representação da empresa EDP Comercial, foi entrevistado João Rosa Santos, Diretor de Operações B2B, falou-nos da experiência e percurso percorrido à data na EDP.
Para a EDP (Energias de Portugal), a faturação eletrónica é um tema central, quer pela eficiência na comunicação, quer pela redução de custos que lhe está associada. A implementação deste processo traz várias vantagens, entre elas e tendo apenas em conta o setor empresarial, a diminuição em 2 milhões de euros por ano.
Não sendo necessária a impressão, a colocação no envelope e a distribuição das faturas, a poupança de valor monetário e de recursos naturais é bastante significativa, considera João Rosa Santos.
Por outro lado, o processo de faturação eletrónica torna-se muito mais eficiente no envio da informação e permite que se introduzam os documentos diretamente nos sistemas financeiros dos clientes. Isto traz vantagens para ambas as partes, pois é otimizado o processo de gestão da informação, bem como a facilidade de correção e pagamento de faturas.
Segundo o Diretor de Operações B2B da EDP, a diminuição da dívida está diretamente relacionada com a alteração para as faturas eletrónicas. João Rosa Santos afirmou que, uma vez recebido o documento em forma digital, se verifica uma diminuição do saldo devedor.
Ainda assim, a EDP assume que o objetivo é deixar de enviar estas faturas por e-mail e promete fazer com que estes documentos sejam consultados diretamente na área do cliente.
João Rosa Santos não escondeu haver ainda muito papel a ser utilizado, com cerca de 25% dos clientes a preferirem ainda a fatura em papel, no entanto, assume que o objetivo é aumentar a percentagem de pessoas que usa os meios digitais.
Questionado sobre como a EDP Comercial se preparou para a entrada em vigor da lei que obriga a contratação pública a funcionar com a fatura eletrónica, o Diretor de Operações B2B foi perentório na resposta, afirmando que a empresa já se encontrava preparada com uma antecedência de dois anos. Para a empresa do setor energético, esta será uma maneira de alavancar a percentagem de adesão à fatura eletrónica que, no setor do Estado, é cerca de 5% mais baixa em relação a outros ramos.
Sabendo que o setor privado leva uma grande vantagem na transformação digital por ter começado mais cedo e por ter possibilitado, desde logo, a entrada das novas tecnologias nos processos de gestão das empresas, serve agora a nova lei para influenciar positivamente os mercados, afirma João Rosa Santos.
Em síntese, para a EDP Comercial, o foco passa por continuar a apostar na fatura digital, sem esquecer o desenvolvimento da área do cliente, que permitirá consultar todos os dados relativos ao contrato, encaminhando as pessoas a deixar o papel e a adotarem de vez a transformação digital.